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Carta de princípios | Coletivo pela Libertação da Palestina

1. Defendemos a solidariedade incondicional com a auto-determinação palestiniana e a resistência contra uma ocupação colonial que se iniciou antes de 1948 e se mantém até aos dias de hoje. Como coletivo, não julgamos os métodos de resistência do povo palestiniano nem dizemos como devem resistir.

2. Consideramos Palestina toda a Palestina Histórica, “do rio ao mar”, e não reconhecemos as fronteiras que o estado sionista toma como suas, e que sempre serviram para implementar um sistema de apartheid baseado na limpeza étnica do povo palestiniano. Defendemos o total desmantelamento do projeto colonial sionista.

3. Olhamos para a subjugação do povo palestiniano como um epicentro de sistemas de opressão complexos e globais, que sufocam todos os povos oprimidos do mundo. Por isso, entendemos que a luta por uma Palestina livre tem de ser uma luta interseccional e sem fronteiras.

4. Procuramos reconhecer e desafiar os nossos privilégios e lugares de fala. Queremos descolonizar as nossas ações e os nossos pensamentos. Não falamos pelas pessoas palestinianas, mas sim com as pessoas palestinianas. Recusamos que sejam outras pessoas que não elas a apontar os caminhos para a sua autodeterminação.

5. Somos radicais — queremos ir à raiz do que levou à criação e manutenção desta ocupação. Trabalhamos para abolir e substituir os atuais sistemas de violência por outros modelos baseados na liberdade, igualdade, justiça e apoio mútuo. 

6. Recusamos qualquer perseguição ou discriminação de pessoas em função das suas características, como sejam retóricas anti-arabes e antissemitas. Combatemos apenas posições políticas.

7. Organizamo-nos de forma horizontal, evitando hierarquias, autoritarismos e centralismos. Decidimos por consenso* e somos solidariamente responsáveis pelas decisões do coletivo.

*”O consenso não é apenas um acordo. Trata-se de mudar as coisas: recebe-se uma proposta, trabalha-se em algo, as pessoas antevêem problemas, faz-se uma síntese criativa. No final, chega-se a um resultado que todos consideram positivo, a maioria das pessoas gosta e ninguém odeia” (David Graeber, tradução nossa).

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